Jorge Peixinho

 

Jorge Peixinho (Montijo, 20 de janeiro 1940 – Lisboa, 30 de junho 1995), foi um compositor, pianista e maestro, cuja biografia na Wikipedia o destaca como uma “figura cimeira da cultura portuguesa”.

Peixinho, inicia os seus estudos de piano aos sete anos e os de composição com apenas oito, sendo admitido ao Conservatório Nacional de Lisboa em 1948. Após completar os estudos e de receber o Prémio de Composição do Conservatório Nacional, em 1958, segue para Roma como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. No ano seguinte, é agraciado com o prestigiado Prémio Sasseti de Composição.

Durante a década de 60 colabora amiúde com Karlheinz Stockhausen e Pierre Boulez e recebe relevantes prémios de composição. Participa em vários programas de rádio e televisão, divulgando novas correntes musicais e dando início à colaboração musical com José Ernesto de Sousa, nos campos de Teatro, e escreve regularmente música de cena.

Em 1960 trabalha com Luigi Nono em Veneza e estagia num estúdio eletrónico em Bilthoven, Holanda. No ano seguinte, a sua obra para orquestra, Políptico, estreia em Nápoles. Ainda nesse ano regressa a Lisboa e dá início a um período de grande atividade de divulgação de correntes musicais contemporâneas, enquanto conferencista, ensaísta e intérprete.

Em 1964 publica o primeiro caderno de poesia experimental, fruto da sua associação com figuras como Herberto Helder, Ana Hatherly, António Ramos Rosa, António Aragão, Arnaldo Saraiva e E. M. de Melo e Castro. A sua participação no experimentalismo radical, bem como a sua associação à obra de John Cage dá-lhe alguma notoriedade pública enquanto “destruidor de pianos”, que afetará a sua carreira na década seguinte.

Leciona no Conservatório do Porto entre 1965-1966 e ente 1966 a 1969 cumpre o Serviço Militar Obrigatório. Entretanto, participa em festivais e eventos de Música Contemporânea internacionais de relevo. Cria o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. em 1970, que sob a sua direção, desenvolve trabalho experimental de improvisação e composição coletiva. Através desse grupo, cimenta uma relação sólida com meios de música contemporânea de países latinos (Itália, Espanha, Argentina e Brasil). Em 1972, recebe o prémio da Casa da Imprensa e obtém uma bolsa do governo belga para estudos avançados de música eletroacústica. Mais tarde participa num workshop de música e computadores no IRCAM em Paris. Recebe o prémio de composição da Gulbenkian em 1974, e, dois anos depois da composição da Sociedade Portuguesa de Autores.

Em 1977 é eleito membro do Conselho Presidencial da Sociedade Internacional para a Música Contemporânea. Em 1984 recebe o Prémio do Conselho Português da Música pelo Concerto de Outono, e novamente o da Sociedade Portuguesa de Autores por Recitativo II, na categoria de música de câmara.

Em 1988 recebe o Prémio Joly Braga Santos e a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pelo Ministério da Cultura. Em 1985 começou a lecionar no Conservatório de Lisboa, onde foi professor até 1995, ano da sua morte.

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