Catarina dos Santos
Catarina dos Santos esteve desde pequena exposta a música tradicional Portuguesa, de Angola, Cabo Verde e do Brasil, e muito Jazz. Entre 1996 e 2003 estuda Pintura na Sociedade de Belas-Artes, e Pintura e Cerâmica na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, ganhando prémios em Desenho e em Cerâmica. É também durante este período que estuda no Conservatório de Lisboa, e na Escola de Jazz Luís Villas-Boas, onde durante 2003 lecciona Improvisação e é assistente do Professor Pedro Moreira, nas aulas de Ensemble Vocal. Nesta altura trabalha como cantora de jazz, e é escolhida para representar a Escola do Hot Clube de Portugal no Festival de Jazz do São Luís, em 2003. No mesmo ano toca com a sua banda, “Crackin’ the Quintet”, no Hot Clube de Portugal, e em outros locais de música ao vivo. Paralelamente ao jazz estuda e canta música Angolana, e música tradicional Portuguesa, em colaboração com os At-Tambur. Em 2003 vai para Nova Iorque estudar Jazz Performance, no City College of New York, sendo bolseira da Kaye Scholarship, e recebendo vários prémios de mérito; conclui o curso Suma Cum Laude. Estuda com John Pattitucci, Sheila Jordan, Neil Clark, Paquito de Rivera, Ed Simmons, Ben Street, Jim Black, Cyro Baptista, Luciana Souza, Duduka da Fonseca. Tem aulas de percussão com Zé Maurício (Choro Ensemble), Café (Djavan). Em 2006 faz o Curso de Orquestração da Juilliard School, e canta na Juilliard School Choral Union. A sua experiência como músico em Nova Iorque vai desde o jazz, à música de Cuba e Porto Rico, e à música Brasileira. Entre 2005 e 2008 é a cantora e letrista da banda Nation Beat, que faz um trabalho de pesquisa da música do estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, e fundindo esta com ritmos de New Orleans, e funk. É com esta banda que grava o disco “Maracatuniversal”, em 2006, em Recife, numa colaboração com os músicos da Nação de Maracatu Estrela Brilhante, e músicos de Nova Iorque como Frank London (The Klezmatics), ou Rob Curto (Lila Downs). A banda faz turnées pelos Estados Unidos, e em Nova Iorque apresenta-se no Blue Note, Joes Pub, Makor, The Stone (John Zorn), Barbes, SOB’S, e outros. Em Fevereiro de 2007 toca no Festival Porto Musical, Recife, e faz vários concertos na mesma cidade, e no Festival Nova Consciência, em Campina Grande, Paraíba. É em Recife que constrói pontes de amizade e trabalho, na Música e na Educação, com Jorge Martins (percussionista da banda Cascabulho, colaborador com Nation Beat, e director da Escola de Percussão e ONG Corpos Percussivos), e mestres de percussão como Naná Vasconcelos, Mestre Salustiano, e outros grandes da música tradicional. Outras colaborações em Nova Iorque incluem Maracatu NY, Montego Joe, Carol Lester and the World Women, Arthur Dutra e Timbatu, o pianista e flautista cubano Oriente Lopez, Los Pleneros de la 21 (música tradicional de Porto Rico), Eduardo Nazarian, Billy Newman e o Brazillian Acoustic Ensemble, entre outros. Faz também parte do Ensemble Musical da Companhia de Teatro Porto Riquenha Pregones Theatre, sediada no Bronx, Nova Iorque, onde foi solista na estreia mundial de duas obras para orquestra do compositor Desmar Guevara, “The Ponce Massacre”, e “Cantata a Pales”, bem como integra o elenco da peça “Game Over”. Quando em Portugal trabalha com Jon Luz, Paulo Temeroso, e Marco Santos no projecto de música brasileira e jazz, Aué, e com o seu recente projecto, Tambor de Três, com Mick Trovoada e Oswaldo Santos (Grupo Tempo, São Tomé). Em Fevereiro de 2009 Catarina trabalha em Recife com o Corpos Percussivos, e em Maio o Tambor de Três apresenta-se no Festival Cineport, em João Pessoa, Paraíba. Faz o lançamento do seu disco “No Balanço do Mar” em Nova Iorque em Junho de 2009 no Pregones Theatre. Em Agosto de 2009 lança o “Balanço do Mar” em Lisboa, e é convidada para participar no Festival CCB Fora de Si, ao lado de grandes como Seun Kuti e Branford Marsalis. No Verão de 2010 faz uma turnée na West Coast dos Estados Unidos, tocando em festivais de renome, como o San Jose Jazz Festival, e toca na Festa do Avante!, abrindo a Festa no Palco 1o de Maio. Em Maio desse ano Catarina criou o show “Os Pés da Sereia”, juntamente com a cantora Raquel Rivera, de Porto Rico, com música original das duas. O show foi patrocinado pela Rockefeller Foundation e apresentado no Hostos Center for the Performing Arts, Bronx, New York. Em Novembro de 2011 Catarina apresenta o seu trabalho musical e de pesquisa na ASWAD Conference na Rutgers University, em Pittsburgh. O tema da Conferencia é AFRICAN LIBERATION AND BLACK POWER, The Challenges of Diasporic Encounters Across Time, Space and Imagination. Em 2012 Catarina é convidada pela instituição Nova Iorquina City Lore, para participar no projeto Ironbound Fado, escrevendo novos arranjos e interpretando fados tradicionais, baseados em sonoridades Luso-Afro-Brasileiras. No mesmo ano viaja para Izmir, Turquia, com seu grupo com Oswaldo Santos (São Tomé) e Mick Trovoada (Angola). Em 2013 participa no concerto em homenagem a Mary Lou Williams com solista e parte do coral, com alguns dos melhores cantores de jazz da cena Nova Iorquina, e em Abril deste ano fez a produção artística e foi cantora convidada de dois grandes espetáculos: Concerto em homenagem a Chiquinha Gonzaga, no Brazilian Endowment for the Arts, e “Viagem pelo Mundo de Língua Portuguesa” para a CPLP, 2 de Maio, na sede das Nações Unidas, Nova Iorque, onde Catarina juntou músicos tão importantes como Tony Cabral, membro fundador do Tabanka Djaz, ou Chude Mondlane, cantora e activista moçambicana, e filha do presidente Eduardo Mondlane, entre outros.
Em 2014 toca com a banda Forroteria no New Orleans Jazz and Heritage Festival, EUA. Catarina lançou o seu segundo álbum de originais, Rádio Kriola, em Dezembro de 2016, com o apoio da Fundação GDA, e da RDP África. Concluiu o Mestrado em Creative Practice da Goldsmiths University, em Londres, e encontra-se a trabalhar em dois projectos: o seu trabalho em Vídeo Art e Sound Art (projectos de instalações multimédia), o seu próprio projecto educativo, “Escola Nómada”, e a fazer a estrutura pedagógica do Curso de Jazz da Fábrica do Braço de Prata, tanto na área do Canto e Songwriting, como toda a parte relacionada com o ensino do Jazz a crianças. Enquanto em Londres tem feito trabalhos multi-disciplinares, co-compondo com o sound artist Matt Kirk para o espectáculo de dança da coreógrafa Americana Gianna Burright, “Untitled 1”, que estreou na sala de espectáculos “The Place” em Kings Cross, Londres, a 22 de Janeiro de 2017. Foi também solista da peça de Teatro Físico “Street”, da Companhia Londrina Matchstick Theatre, a 13 de Maio de 2017, no Winemakers Club, em Londres.