Luís Pipa
Luís Pipa é hoje um dos pianistas Portugueses mais completos da sua geração. À originalidade das suas interpretacões associa-se uma grande solidez conceptual, fruto de uma sólida formação académica.
Nascido na Figueira da Foz, iniciou os estudos de piano no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga com Natércia Gonçalves, prosseguindo mais tarde os estudos com Maria Teresa Xavier no mesmo Conservatório e no Conservatório de Música do Porto, onde se diplomou com distinção.
Entre 1983 e 1986 aperfeiçoou-se na classe de concerto de Noel Flores na Hochscule Für Musik und Darstellende Kunst de Viena, tendo posteriormente obtido o grau de Master of Music in Performance Studies na Universidade de Reading, Inglaterra e o grau de Doutor (PhD) em Performance na prestigiada Universidade de Leeds, na sequência de uma investigação sobre o grande discípulo de Liszt José Vianna da Motta.
Estudou ainda com as pianistas Helena Sá e Costa e Laura O’ Gorman, mas também contactou com figuras como Sequeira Costa, Jörg Demus, Marian Ribicky e Graham Barber.
Desde muito cedo a sua vocação para o ensino levou-o a exercer funções docentes no Conservatório de Música de Braga, na Academia de Música de Viana do Castelo e na Universidade do Minho. Integrou por diversas vezes juris de concursos pianísticos, sendo frequentemente convidado a orientar Master Classes em Portugal e no estrangeiro.
Luís Pipa apresenta-se regularmente em recitais a solo, integrando grupos de câmara, ou como solista de diferentes Orquestras. Da sua colaboração com outros músicos destacam-se os nomes dos violinistas Gerardo Ribeiro, Sergey Arutyunian Eliot Lawson e Gustavo Delgado, os violoncelistas Paulo Gaio Lima, Jaroslav Mikus, Alexander Znachonak e Pavel Gomziakov, o flautista Olavo Tengner Barros, os clarinetistas Allessandro Carbonare e Vítor Matos, os cantores Elisabete Matos, Rui Taveira, Sara Braga Simões e Oliveira Lopes, e os maestros Gunther Arglebe, Christopher Bochmann, Miguel Graça-Moura, António Soares, António Baptista, Miguel Clavel, Vasco Faria, Vitor Matos, Alberto Roque, Francesco Belli, Ernst Schelle, Hans Casteleyn, Paulo Areias e José Alberto Pina.
A ele se devem primeiras audições absolutas de algumas obras, nomeadamente dos compositores Luiz Costa, João Heitor Rigaud e Christopher Bochmann, sendo também autor de peças para piano, música de câmara e canções, bem como de publicações de caracter pedagógico e científico. Das suas mais recentes aparições, destacam-se para além de masterclasses em Portugal, Espanha e Itália, apresentações na “Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura”, Festival Internacional de Música de Aveiro, Casa da Música (Porto), e em cidades como Viena, Oslo, Amesterdão, Helsínquia e La Valetta, para além da execução integral das sonatas para piano de Mozart, numa série de nove concertos em nove Igrejas Históricas da cidade de Viana do Castelo.
Tem-se interessado por outras formas de expressão artística, participando em projectos com os pintores Alvaro Rocha e DeMiranda e os actores/encenadores António Durães e António Fonseca.
Luís Pipa possui uma vasta produção discográfica, que contempla repertório desde o barroco ao século XX incluindo, entre outras, obras de compositores como Bach, Scartatti, Mozart, Beethoven, Schubert, Schumann, Mendelssohn, Debussy, Khachaturian, assim comos numerosas obras de compositores portugueses e algumas das suas próprias composições, como é o caso do seu CD ‘Portugal’, de 2009. Faixas deste CD figuraram na seleção oficial da companhia aérea portuguesa TAP, incluindo sonatas de Carlos Seixas e ‘My Beautiful Blue Country’, a sua aclamada versão introspetiva para piano solo do Hino Nacional de Portugal. Uma crítica publicada em dezembro de 2014 no Piano Journal considera este CD “notável e original” prevendo que a obra Suite Portugal deixará a sua marca em futuras antologias de música portuguesa, descrevendo ainda Luís Pipa como um pianista de grande “profundidade, poder e nobreza”, e a sua interpretação de obras de Vianna da Motta (CD, Toccata Classics, 2018) é descrita, numa edição mais recente da mesma publicação, com palavras como “sedutora”, “profunda e comovente”, possuindo “magnitude e delicadeza de expressão”.
Daniel Morrison, na revista Fanfare, afirma, sobre o mesmo CD: “Luís Pipa is clearly devoted to the music of his countryman, and the devotion shows in the sensitive, nuanced shaping he applies to these performances. He plays with precision, clarity, and poise”, enquanto Dennis E. Ferrara, na Amazon Music, escreve: “his tone is subtle and the nuance, color shading is most apparent. This pianist fully understands the Art of the Musical Phrase”. Ainda em 2018 editou um duplo CD com obras de W.A Mozart (Tradisom), em dezembro de 2019 um duplo CD com sonatinas para piano (Tradisom) e em 2020 o primeiro volume de obras para piano de Phillip Scharwenka (Toccata Classics), o primeiro volume de obras para piano de Óscar da Silva e o CD Revisiting Beethoven, comemorativo dos 250 anos do compositor, com o apoio da Fundação GDA.
É professor de piano e música de câmara na Universidade do Minho, ocupando atualmente os lugares de Presidente da European Piano Teachers Association (EPTA) – Portugal e membo do “Board of Trustees” da EPTA internacional. Vem citado no Marquis Who is Who in the World, tendo sido considerado um dos ‘Top 100 Educators 2012’ pelo International Biographical Centre.