Nuno Côrte-Real

 

Com uma carreira com mais de vinte anos repartida entre a composição e a direção musical, Nuno Côrte-Real (n. 1971), é um “compositor com liberdade criativa, desafiando todos os rótulos estilísticos actuais (…) em plena produção e em plena consagração, sempre com uma capacidade de nos envolver emocionalmente, muito saudável e muito pura, à sua maneira (…)” (Rui Vieira Nery).

Em 2018 e 2019 ganhou, consecutivamente, o prémio de Melhor Trabalho de Música Erudita da Sociedade Portuguesa de Autores com o ciclo de canções “Agora Muda Tudo” e a ópera “Canção do Bandido”, respetivamente.

Enquanto maestro, Nuno Côrte-Real já dirigiu a Mahler Chamber Orchestra, Orquestra Sinfonica Giuseppe Verdi, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquesta Sinfonica de Castilla y León, Orquesta Ciudad Granada, Real Filharmonía de Galicia, Orquesta de Extremadura, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, para além de inúmeros projetos com o Ensemble Darcos.

É fundador e diretor artístico do Ensemble Darcos, grupo de música de câmara que se dedica à interpretação da sua música e do grande repertório europeu, e assina artisticamente a Temporada Darcos. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura, e, em 2003, foi-lhe atribuída a medalha de Mérito Grau Prata da Câmara Municipal de Torres Vedras.

Nuno Côrte-Real é uma figura de referência no universo da música contemporânea portuguesa. Um aspeto característico da sua produção reside no gosto pela simbiose estilística, a utilização de elementos provenientes de outras tradições musicais, como a música popular, o jazz ou mesmo a música pop. Dir-se-ia que o compositor procura retirar a música contemporânea do seu nicho fechado e revitalizá-la através da aproximação a outros universos sonoros. O seu catálogo discográfico inclui várias obras de caráter híbrido ou simbiótico que se nutrem de outras tradições. A título de exemplo, podíamos referir Cante (Odradek, 2019), baseados em canções populares portuguesas, o ciclo de canções Agora muda tudo (Odradek, 2019), escrito para a célebre cantora de jazz, Maria João, Time Stands Still (Artway Records, 2020), uma interessante recriação das canções de John Dowland, e Tremor (Ars Produktion, 2021), que surge na continuidade desta tendência e pode inscrever-se na mesma linha criativa.

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