Fogo Fogo

 

O berço que vê nascer Fogo Fogo é vibrante e especial: é uma Lisboa onde cabe toda a África, sobretudo a que fala português, tanto a do futuro como a do passado. Um lugar onde ainda é possível descobrir peças de colecção em vinil dos Tubarões e todas as obscuras pérolas de edição de autor que a diáspora de Cabo Verde gravou nos anos 80/90 e que o mundo nunca ouviu. Essa é a Lisboa que, qual vulcão, expeliu Fogo Fogo.

O projecto de Francisco Rebelo (baixo), João Gomes (teclas), Edu Mundo (bateria), Danilo Lopes (vozes/guitarra) e David Pessoa (vozes/guitarra) representa a força experiente e enérgica destes músicos que há muito nos habituaram por esses palcos fora. Os cinco juntos somam quase 120 anos de carreira. Cada um deles é dono de um talento imenso, consolidado pela experiência de anos em alguns dos maiores palcos do mundo.

Fladu Fla (2021, Rastilho Records) é o primeiro disco de originais de Fogo Fogo depois de editados três EP’s.
O primeiro, homónimo (2015), recorda as incursões mensais da banda na Casa Independente, espaço que a viu nascer e arriscar experimentar, ao mergulhar num vasto número de clássicos cabo-verdianos, a fim de provocar e incentivar o movimento e a dança, relembrando o calor e as matinés onde outrora se dançava aos pares.
Do segundo EP, Nha Cutelo (2018), fazem parte os seus primeiros trabalhos originais, frutos consequentes da experimentação e do electrizante psicadelismo, tão presentes no estilo Funaná.
Em Dia Não (2019), terceiro EP e, igualmente, nome de uma das canções que o compõem, dão a conhecer aquele que se tornaria o primeiro tema do futuro disco de longa duração.

Assim, em março 2020 e, a poucos dias do início da pandemia, Fogo Fogo terminam, nos estúdios Namouche, a gravação do álbum Fladu Fla, que contou com a presença de Jon Luz no cavaquinho, Djair e Zé Mário nas percussões e, na co-produção e mistura, do brasileiro Kassin e do norte americano Victor Rice.
O novo disco é composto por onze faixas: nove originais.

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