AXES

 

Constituindo ao longo dos últimos anos um dos principais focos criativos do saxofonista João Mortágua, este sexteto editou o seu álbum de estreia em Junho de 2017, afirmando desde logo uma estética composicional arrojada, transversal e eclética, numa “fusão entre o erudito e o urbano, uma ode ao pássaro citadino e à geometria pagã”. Disse a crítica que é “um disco excelente de ouvir, (…) com ideias musicais muito interessantes de seguir” (jazz.pt), “cada melodia abre um caminho amplo, derrubando tudo à sua frente” (Bird is the worm); foi eleito álbum do ano pela JazzLogical; e mais recentemente, disse ainda Ian Patterson, da All About Jazz, na cerimónia de encerramento da European Jazz Conference, que “esta é alguma da música mais vanguardista a ser feita na Europa neste momento; os Axes são um exemplo da música nova que os festivais deveriam estar a celebrar nos seus cartazes.” Depois de atuarem em festivais como o Spring On! (Casa da Música), 8.º Festival Porta Jazz (Rivoli), KM.251 (Ponferrada) ou o Internationales Jazz Festival (Muenster), marcaram ainda presença nos festivais de jazz de Sudtirol e de Belgrado, para além do Angra Jazz e do festival Antena2.
Em “Hexagon”, lançado a 1 de Junho de 2023, Mortágua dá definitivamente um passo em frente na história da banda, erguendo sobre os seus alicerces identitários toda uma nova construção geométrica, baseada na narrativa dos ângulos e dos polígonos. Partindo dessa premissa arquitetónica, a música deste novo álbum revela-se firme e impactante, buscando no equilíbrio entre a força e a emotividade o ónus do seu significado: uma permanente construção conjunta sobre a tela em branco que é a nossa passagem por este mundo.

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