O encontro entre António Eustáquio e Carlos Barretto faz-se sob a égide do Guitolão, um novo instrumento português, sonhado por Carlos Paredes e construído pelo mestre Gilberto Grácio, que sugere uma guitarra portuguesa mas com um registo mais grave, uma extensão tímbrica maior e uma personalidade própria.
António Eustáquio e Carlos Barretto apresentam assim um projecto inovador, marcado pela simbiose, pela qualidade técnica e o rigor interpretativo em que o guitolão e o contrabaixo se unem numa coerência sonora improvisada, em diálogo permanente.
O primeiro álbum desta dupla foi gravado na aldeia da Cerdeira, uma das Aldeias do Xisto. A escolha para título da obra recaiu simples e naturalmente sobre o nome do próprio instrumento que a protagoniza: o guitolão.
Lado a lado, o resultado desta investida, embora dificilmente se possa enquadrar nos cânones do jazz, está bem próximo das suas principais características: autenticidade e criatividade.
António Eustáquio é músico e compositor e neste projeto toca guitolão – um instrumento concebido e concretizado pelo mestre Gilberto Grácio, a partir de uma sugestão de Carlos Paredes e que foi apresentado pela primeira vez ao público em 2005. À data da gravação do álbum só existiam três em todo o mundo, e o primeiro que alguma vez foi construído pertence a Eustáquio.
Carlos Barretto é um nome incontornável do jazz e da música improvisada em Portugal, que conhecido por usar o contrabaixo com grande mestria e desenvoltura. Músico, compositor e artista plástico é tido como um representante da “nata” da música portuguesa atua.