Os Lokomotiv têm-se destacado na história da música portuguesa pela enorme flexibilidade estética e pelo interesse em praticar um jazz totalmente ligado à sua contemporaneidade.
Há muito que Carlos Barretto, Mário Delgado e José Salgueiro vêm revelando um vasto leque de interesses musicais, que cobrem o rock, o jazz, as músicas do mundo e a clássica, situando-os entre as maiores referências portuguesas de um ecletismo que marca este início de século.
À paleta de cores original adicionaram recentemente o saxofone de Ricardo Toscano, enriquecendo-a. A verdade é que a música do agora quarteto, sempre nos foi apresentada como uma construção permanente em que o importante é a evolução, o desenvolvimento das ideias e a forma como estas vão sendo construídas e explanadas.
Mais jazz, mais rock, mais avant-garde, se observarmos minuciosamente, percebemos que tais mutações são apenas superficiais, uma vez que o grande fluxo interno é o equilíbrio entre arquitetura e a livre inventividade incessante, essa sim a verdadeira marca de água dos Lokomotiv.