Hugo Vasco Reis
Hugo Vasco Reis (Lisboa, 1981) é compositor e investigador. A sua prática artística estende-se à música acústica, música eletroacústica e instalações sonoras, realizando colaborações com músicos e artistas visuais, que apresentam regularmente as suas obras por toda a Europa.
Editou sete álbuns monográficos e as suas peças têm sido premiadas ou selecionadas em diversos concursos nacionais e internacionais.
As suas composições recentes incluem uma investigação aos fenómenos de atenção sonora, abordando agências de escuta e mediação de espaços sónicos, com o objetivo de incluir ruídos aparentemente silenciosos na prática artística.
Atualmente é doutorando na University of Music and Performing Arts Graz, KUG (Áustria). Estudou composição com Isabel Mundry na Zurich University of the Arts, ZHdK (Zurique, Suíça), como bolseiro da Fondation Nicati-de Luze, com Mark André e Stefan Prins na Hochschule für Musik Dresden (Dresden, Alemanha) e com António Pinho Vargas, Luís Tinoco e Sérgio Azevedo na Escola Superior de Música de Lisboa (Lisboa). Teve aulas particulares e masterclasses com os compositores Toshio Hosokawa, Chaya Czernowin, Hans Tutschku, Dieter Ammann, Franck Bedrossian, Barry Truax, Zigmunt Krauze, Åke Parmerud, Carola Bauckholt, Klaus Lang, Peter Ablinger, entre outros.
As suas obras têm sido apoiadas pelo Ministério da Cultura de Portugal, DGArtes, Antena 2, Câmara Municipal de Lisboa, SPAutores, GDA, Coro Setúbal Voz, Síntese GMC, Musicamera, Borealis Ensemble, MPMP, Duo Sigma, Arte no Tempo, ZHdK Foundation, Momento Foundation, Graf-Fonds, Gaudeamus, KWDS, Trio Elogio, GMCL, Vertixe Sonora, Collective Lovemusic, QCC String Quartet, Trio Piazzolla Lisboa e Orchestra della Svizzera Italiana
Estudou também guitarra portuguesa no Conservatório de Música do Porto e na classe particular de Pedro Caldeira Cabral. É engenheiro civil, embora atualmente não exerça essa profissão.
“Tateabilidade” é um ciclo de cinco obras, compostas e interpretadas por Hugo Vasco Reis, desenvolvidas através do ato da experimentação, que relacionam a guitarra portuguesa, objetos, eletrónica e o sentido do tato.
A guitarra portuguesa é colocada em cima de uma mesa e o discurso sónico é construído através da sua interação com a eletrónica e com os vários objetos que a rodeiam, tais como pedras, cordas, borrachas, limas, plásticos, arcos, e.bows, folhas de alumínio, copos, altifalantes e microfones.
A única interpretação fixa com o propósito de preservar é este registo fonográfico. Nas apresentações ao vivo, não se trata de uma preservação, mas sim de possibilidades táteis de experimentação que acontecem no momento e que conduzem o discurso a formas sonoras inesperadas.
“Tateabilidade” é uma imersão sonora na qual todos os sons acústicos e eletroacústicos têm original na guitarra portuguesa, apresentando-se aqui de uma forma menos convencional em relação à sua tradição. A coexistência sónica assume uma estrutura livre e não sincronizada, onde o tato, a experimentação e a escuta, encorajam uma abordagem que reflita a prática contemporânea e estimule o ouvinte para refletir sobre as possibilidades sonoras do instrumento.